quarta-feira, 3 de junho de 2009

Memória de Minhas Putas Tristes - Parte1


“Descobri que minha obsessão por cada coisa em seu lugar, cada assunto em seu tempo, cada palavra em seu estilo, nao era um premio merecido de uma mente em ordem, mas, pelo contrario, todo um sistema de simulação inventado por mim para ocultar a desordem da minha natureza. Descobri que não sou disciplinado por virtude, e sim como reação contra a minha negligencia; que pareço generoso para encobrir minha mesquinhez, que me faço passar por prudente quando na verdade sou desconfiado e sempre penso o pior, que sou conciliador para não sucumbir às minha cóleras reprimidas, que só sou pontual para que ninguém saiba como pouco me importa o tempo alheio. Descobri, enfim, que o amor não é um estado da alma e sim um signo do zodíaco”. (Pág. 74)


Trecho extráido do livro de Gabriel Garcia Márques "Memórias de Minhas Putas Tristes".

[Após a leitura deste parágrafo, percebi que é verdade o que dizem... há livros que realmente nos cativam de tal modo, que sentimo-nos como a própria personagem. Apesar da personagem desta obra somente ter conhecido o amor ao atingir a incrível idade dos 90 anos, simplesmente desfruto deste sentimento tal qual como o é... sem virgulas ou meias verdades... sem tirar nem pôr acento a mais...]

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