segunda-feira, 6 de abril de 2009

Soneto à Luxuria

Quero sentir o sabor do mais doce e delicioso pecado...
Com toques a arrepiar o corpo e expandir o desejo...
Bocas sequiosas a se engolirem com o louco beijo
Dentes a morderem... línguas um delicioso duelo travado...

Quero seios nuas a tocarem meu peito molhado...
Unhas a cravarem minha carne com delirante almejo...
Olhos vidrados nos meus com forte lampejo...
Corações desequilibradamente apaixonados...

Quero um grito... Um sussurro... um gemido...
Imagens refletidas por todos os lados...
Bocas... Mãos... Corpos... Unidos com ardor...

Quero um beijo... fazer caricias no corpo adormecido...
Olhar o corpo nu ao meu lado... Apaixonado...
Quero amar com luxúria... o corpo e a alma do meu Amor...

Gabriel Martins

Acreditando no Amor

Vagando pelo vale da sombra da morte
Sobre brumas escuras e trepidantes...
Abandonado a sua própria sorte...

A escuridão e o medo são horripilantes...
A solidão... O aperta o peito e o faz sofrer...
Sente na face o vento gélido e cortante...

A mente deseja a tudo esquecer...
O coração... Não queria mais amar...
A alma... Vê-se num abismo a descer...

Quer fugir... Quer correr... Quer chorar...
Diante das trevas... seu sofrido coração...
É lançado para não mais se apaixonar...

De joelhos... Mãos juntas em uma oração...
Que Eros o deixe em paz eternamente...
E que jamais se entregue a uma paixão...

Vazio... Vaga de volta a sua vida deprimente...
E não se permite novamente pensar em amor...
Pois o que os olhos não vêem, o coração não sente...

Na mente... Tristes memórias que lhe trazem dor...
E o fazem ter certeza de sua decisão final...
E a tola alma... chora desta com pavor...

De não se ver protegida do mal...
De vagar sozinha... Sem sua metade...
De viver só neste mundo horrivelmente irreal...

Tola alma... assim como o coração... crê num amor de verdade...
E não bastou ter o coração abandonado...
Porque a alma suplica por aquele que afasta as maldades...

E ele volta as gélidas trevas para buscar seu coração largado...
Busca as cegas aquele que o fará novamente sofrer...
Mas não mais pode viver como um fraco torturado...

Sozinho... nas trevas... não consegue com os olhos ver...
E ajoelha em uma nova oração aquele que seu coração guardou...
Para encontrar a razão de seu viver...

Das trevas da ignorância uma luz a seu coração iluminou...
E pode novamente no amor acreditar...
Pois que um querubim Eros enviou...

Trazendo tudo que ele um dia sonhou encontrar...
Com olhos de uma criança quando está brincando...
E um sorriso fácil de se apaixonar...

Estende a mão... e das trevas ambos saem caminhando...
Olhos a se fitar... corações no mesmo compasso...
Almas divididas... felizes ao se verem juntas andando...

Em seu coração... a formação de um novo laço...
Nas faces... sorrisos e promessas não ditas...
Um novo amor... forte como o mais puro aço...

Fim de passados e dores malditas...
Chega de dor... tristezas... solidão...
É o término de trevas que pareciam infinitas...

Há novamente amor no coração...
E um mundo onde não existe somente dor...
Uma nova oração abençoando essa união...

E ele novamente acreditando no Amor...

Gabriel Martins