sábado, 31 de outubro de 2009

Coral de Anjos

Um brilho celeste

Trombetas ao ar

Um vento ao leste

Um coro a cantar

Uma harpa e um Querubim

Um coral em uma só voz

Regidos por um Serafim

Cantando para nós


A mais doce melodia

O mais belo coral

Ilumina nosso dia

Afasta-nos do mal


Uma brisa a soprar

O brilho do Sol

Um jardim a exalar

O perfume do girassol

Um sonho a viver

A felicidade sem fim

O amor de alguém ser

Do mais lindo Querubim


Uma vida de paixão

De pura felicidade

A união de um coração

Com um amor de verdade


Um coral a abençoar

A mais linda união

Os anjos a cantar

E festejar essa paixão

Estrelas a reluzir

O luar resplandecente

O seu caminhar ao vir

Um caminho ascendente


Uma linda melodia

No olhar, o desejo

A espera deste dia

O amor no eterno beijo.


Gabriel Martins


{{"Um coral de anjos cantou, uma linda canção de amor, canção que falava pra mim, que iria ter fim minha dor..." - Ouvindo uma das minhas músicas preferidas}}

Pense no momento mais feliz da sua vida.

Pense no momento mais feliz da sua vida.

Pode ser da sua infância, um momento com sua família, com um bom amigo, com um amor passado. Qualquer momento.

Não seria maravilhoso poder revivê-lo eternamente?

Ou melhor. Não seria simplesmente maravilhoso poder ter vários momentos como aquele?

Sonhos, fantasias, desejos.

Queríamos ir a lua quando éramos crianças. Desejamos conquistar o mundo quando jovens. Na adolescência, um amor, puro e verdadeiro, e que fosse eterno.

Por que abandonamos esses sonhos?

Crescemos e a vida parece que nos afasta de tudo que nos fazia feliz.

Trilhamos caminhos que não gostaríamos. Escolhas ruins. Más decisões. Um passo de cada vez a mais tempestuosa escuridão.

O mal do século é a depressão. Mas como escapar dela?

Como fugir do sentimento de vazio quanto tudo que o destino parece fazer é nos arrastar cada vez mais para essa fria e sombria caverna, onde abandonamos nossos corações, nossos sonhos e esperanças. E lá, solitários, inspirando o ar gélido da solidão, entregamos os pontos nos misturamos ao mundo.

Um mundo sem cor, preto e branco como uma fotografia antiga.

Um universo paralelo aquele em que nossos sorrisos eram tão vivos e repletos de energia, e custava tão pouco. Ah, como era fácil sorrir, brincar, ser feliz!

E neste novo mundo, onde pouquíssimas pessoas fazem o que realmente gostam e por isso, são felizes. E a maioria faz o que precisa por necessidade. Sem satisfação ou felicidade em seu vazio peito, como podemos ser felizes?

Num mundo o amor parece ser coisa do passado, e a moda é tão somente a luxúria.

Como podemos desejar a felicidade? Como desprender daquela imagem de um momento de felicidade? Como sonhar?

Percebemos que o conto de fadas acabou. E o mundo é muito diferente e muito mais feio do que sonhávamos que seria.

Hoje, chegar na lua faz parte do passado. Uma outra vida, uma outra pessoa. Ela está lá, parada todas as noites, viva e brilhante, e nem notamos mais nisso.

Conquistar o mundo parece conto infanto-juvenil, onde o cara mal é quem tem esse desejo. Esquecemos o que significava o “conquistar o mundo” para nós naqueles tempos.

O amor parece ser ilusório. E quando, em uma chance de um milhão, conquistamos um que valha a pena, rapidamente o perdemos, pela nossa tola e abstrata visão de mundo.

O mundo perdeu o valor que tinha.

Ao crescermos, aprisionamos aquela criança sonhadora que costumávamos ser, ignoramos seus apelos de retorno e a silenciamos, para nos adaptar a essa cruel realidade que ela não saberia viver. E nos tornamos mais um. Um número. Um indivíduo. Um alguém. Um ninguém.

Shakespeare dizia: “Nada consola, como o sol após a chuva, como o Amor”.

Concordo. Mas, como descobrir o amor, se a pessoa que mais deveríamos amar, esta aprisionada em uma caverna fria e escura, silenciada por nossa ignorância? Como reviver os mesmos sentimentos daquele momento único de felicidade, se quem realmente nos fez vive-lo e amá-lo, chora de tristeza em nossos corações, desejando sair, e nós, simplesmente, não o libertamos?


Gabriel Martins


{{Dando um tempo na poesia...}}