domingo, 23 de agosto de 2009

Lembranças

Boca como a tua, eu nunca beijei

Ao teu beijo me entreguei

Por ele me enfeiticei


Olhos como os teus me inebriam

Como a lua eles brilham

Teu âmbar me fascinam


Teu perfume me faz viajar

Dele posso lembrar

Posso senti-lo no ar


Da tua pele ainda sinto o calor

O perfume, o ardor...

O gosto doce do amor


Tua voz sussurrado ainda posso escutar

Voce jurando que vai me amar

Os planos juntos a sonhar


Todo amor do mundo chega ao fim

Por que tem que ser assim?

Descobri que ainda amo, meu Querubim!!


Gabriel Martins

Ascensão de Saturno

...Quando Saturno matou seu pai Céu, e tomou o poder Supremo...


Quando no mundo só havia o Caos

O Céu governava soberano

Filho da Terra e sem irmãos


Este se proclama o supremo tirano.

E, juntando-se com sua mãe Terra

Gerou seus Titãs e, insano,


No ventre da mãe, os encerra,

Com medo de uma traição,

E enquanto os encarcera:


Urra com sua temível voz de trovão:

“Para nunca mais desafiar minha autoridade,

Do ventre da Terra jamais sairão”.


E a Terra, subjugada por tamanha crueldade,

Decidi um de seus filhos salvar

E a Saturno compete-lhe a responsabilidade


Destes tormentos a todos libertar.

Dize: “Saturno, querido somente tu poderás,

Com essa tirania de seu pai acabar,


E com isso, Supremo no universo serás”.

O Jovem Titã, curvando-se com atenção escutou:

“Toma essa foice e use-a. Como? Saberás.”


Da Terra, a foice Saturno tomou,

E rumo a seu pai supremo se dirigiu.

E quando no palácio supremo chegou,


O Céu dormindo ele viu:

“Dorme, o Tirano” – Disse o herdeiro,

E sorrateiro este partiu,


Rumo a seu abate certeiro.

Num golpe, a genitália de seu pai ele cortou,

E um rugido ecoou pelo universo inteiro.


“Quem ousa levantar-me a mão?” – o Soberano gritou.

E a sua frente surge Saturno triunfante

“Isto foi pelos tormentos que minha mãe passou,


Bem como eu e meus irmãos, Besta gigante”.

O sangue do Tirano, de vermelho as nuvens tingiu,

E seu membro, outrora, prosperante,


No fundo do Oceano sumiu.

E, eufórico, o Titã a vitória à Mãe foi contar.

E Terra orgulhosa a ele sorriu.


Do ventre da Mãe, seu Irmãos Titãs foi libertar

E sua merecida recompensa foi ter.

Agora, o Trono Supremo é seu lugar.


Mas antes que o crepúsculo pudesse descer

Dos céus o sussurro espectral lhe acolheu:

“Ai de ti, que fizestes o sangue de teu pai correr.


Do mesmo modo do fim dele, será o teu”.

Ignorando a voz e com muito gosto.

Disse aos Céus e a todos os seus...


“Deus morto, Deus posto”

Mas a profecia muito o atormentou

E depois dos festejos, antes de pousar o rosto.


Agoniado com o aviso que o céu lhe contou

Deitado pôs-se a pensar...

E aos ventos, irado gritou...


“Será que uma vitória, neste mundo, não pode se completar?”


Gabriel Martins de Souza



{{{Primeiro poema do livro que quero escrever, "As 100 Maiores Histórias da Mitologia Greco-Romana em Poesia" .... O restante??? Só quando conseguir publicar meu livro... rsrsrsrs}}}