segunda-feira, 15 de março de 2010

Metade


Que não exista um só amor para o homem
Pois, um homem sem amor nada é

Que a vida não seja sem sentido nem significado
Tão pouco vazia e forçadamente silenciada
Pois metade de mim sente-se abandonado
Mas a outra metade é um eterno apaixonado

Que meu coração não sofra a cada partida
Dos amores passados que moram na lembrança
Pois metade de mim é despedida
Mas a outra metade ainda vê uma volta

Que a lua que contemplo ao longe
Permaneça sempre linda e brilhante
Que os momentos felizes sejam sempre lembrados
Mesmo que tragam saudades
Pois metade de mim é lágrima
Mas a outra metade é sorriso

Que as pessoas da minha vida sejam sempre amados
E que saibam que me são muito importantes
Que os abraços e beijos que envio
Sejam sempre sentidos e guardados
Pois metade de mim é carinho
Mas a outra metade é saudade

Que o olhar que enxergava-me a alma
Jamais perca o seu dom
Que o beijo que sinto falta eternamente seja louvado
Mesmo que não por mim
Pois metade de mim guarda o sabor
Mas a outra metade o acalma

Que meus sonhos e devaneios tragam-me sorrisos
Porque ao menos em sonhos mereço a felicidade
Que os versos que escrevo sejam lidos e pensados
E não vistos como simples lamentos
Pois metade de mim é poesia
Mas a outra metade é prosa.

Que o sentimento do amor não seja um romance dramático
Pois a vida em si já se parece um conto shakesperiano
Que a palavra Amor não seja levianamente usada
E nem morra com o passar do tempo
Pois metade de mim é pavor
Mas a outra metade... Amor.

Gabriel Martins

{Inspirado na música "Metade" de Oswaldo Montenegro... Particularmente, amo o trecho que ele diz: 'Que a mulher que eu amo seja para sempre amada... Mesmo que distante... Porque metade de mim é partida... Mas a outra metade é saudade...' - Se isso não traduz o que é o Amor, eu não sei mais o que poderia}


quarta-feira, 10 de março de 2010

Tristes Versos de um Poeta

Lembranças de um beijo que não mais provei...

Um beijo que delirei...

Os mais doces lábios que beijei...

Recordações da pele que nunca mais toquei...

Em sua maciez naveguei...

Com teu perfume, me embriaguei...

Flashes de corpos unidos em devoção...

Tocando-se enlouquecidamente com as mãos...

Entregues de alma e coração...

Em meus lábios ainda sinto o doce sabor...

Do beijo cheio de fervor...

Da entrega absoluta do amor...

Em minha memória ainda sinto a sua fragrância...

Teu perfume ao se entregar com ânsia...

Do nosso pecado... Luxuria... Ganância...

Em mim alma... a linha que ainda me prende ao passado...

Um sonho abandonado...

Um prazer acabado...

Lembranças... de um momento de felicidade...

Que ainda deixa saudade...

E deixará marcas.... para toda eternidade...

Gabriel Martins

Tolos II

Tolos são os nossos corações que não se cansam de amar. Sofrem, choram, gritam, desesperam-se a ponto de não mais aguentar, e então, adormecem. Até a próxima tentativa... Tentativa de ser feliz, tentativa de viver, tentativa de amar. Mas, o que é a vida, se não uma inesgotável tentativa de amar, de se fazer amar, de rir, de chorar? Podemos ser eternos tolos apaixonados... mas ao menos, sabemos a alegria - mesmo ínfima e momentânea - de sentir o delicioso sabor do amor.

Gabriel Martins