domingo, 1 de novembro de 2009

Artigo: Será que é tão difícil assim, encontrar alguém pra se amar?

Há uma música que diz: “Será que é tão difícil assim, encontrar alguém pra se amar? Parece que hoje em dia, ninguém mais quer saber”. Essa pergunta eu me faço a anos.

Desde que tomei consciência da minha existência ela me persegue.

Acredite ou não, eu levei 20 anos para entendê-la, e quando encontrei a resposta, vivi os melhores momentos de minha vida até hoje.

Foram dois anos, quatro meses, catorze dias e três horas de felicidade. Claro, como todo relacionamento na vida – independente de ser familiar, profissional, fraternal ou amoroso – houveram momentos de dificuldade, mas nada que um novo dia não curasse.

E também, como todo relacionamento, chegou ao fim. Não sei ao certo por que terminou e, pode ter certeza, não é uma coisa da qual eu queira lembrar agora ou mais tarde, não. Essa não é a questão aqui. A verdadeira questão é se realmente é tão difícil assim encontrar um amor.

E a verdade é que mais difícil do que se pode imaginar.

Sinto ter que dizer isso, mas é a verdade.

Hoje, nesta sociedade “moderna” que vivemos, onde a moda é “ficar” – beijar na boca e sexo casual – é muito complicado encontrar alguém que valha a pena dedicar-se de corpo e alma.

Manuel Bandeira tem um poema que diz “Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma. A alma é que estraga o amor. Só em Deus ela pode encontrar satisfação. Não noutra alma. Só em Deus - ou fora do mundo. As almas são incomunicáveis. Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo. Porque os corpos se entendem, mas as almas não”. Eu particularmente discordo.

Podem me chamar de antiquado ou tolo romântico eternamente apaixonado, mas eu acredito na comunicação entre almas. Ou, popularmente, Almas Gêmeas. Metades que se completam e se entendem. Reconhecem-se ao primeiro olhar – o chamado “amor a primeira vista”. Quem pode culpar-me? Acreditar no Amor é o que me faz viver!

Mas, quantos hoje em dia acreditam no amor? Ou mesmo já o conheceram? Já o vivenciaram de forma tão intensa que, mesmo ao fim de um relacionamento, ainda sentem aquele vazio que o amor preenchia?

Poucas pessoas...

É triste. Parece que elas concordam com Manuel Bandeira e esqueceram suas almas. E não contentes, esqueceram também seus corações.

Encontrar um amor é realmente difícil.

E por ser tão difícil, as pessoas entregam os pontos e se dão as mãos nesta febre mundial de viver ao acaso. E ao chegar em casa, após uma boemia noite, deitam-se em suas camas vazias, tendo como companhia o travesseiro e somente o calor do cobertor.

Vale a pena? Para mim não.

Muitas vezes martirizo-me por ter permitido que o fim chegasse. E que hoje tudo que me resta são aqueles dois anos, quatro meses, catorze dias e três horas na lembrança.

E a felicidade fica apenas na memória. O amor parece que somente aconteceu em outra vida que não esta minha. Posso culpar alguém? Somente a mim mesmo por tudo que aconteceu. Mas fazer o que?

A vida é assim. Tudo tem o seu fim. Seja por decisões erradas. Seja pelo inevitável.

Mas, mesmo vivendo neste mundo onde o amor parece coisa do passado, ainda acredito nele. E mesmo que seja realmente uma grande dificuldade encontra-lo novamente, independente do caminho a ser trilhado, sempre valerá a pena.

Seja da maneira que for. Qualquer estrada que se tome. Leve o tempo que levar.

Sempre valerá a pena.

Por mais difícil que seja encontrar alguém para se amar, vale a pena ter esperança em um dia, seja qualquer que seja ele, encontrar alguém em quem sua alma se encontrará.

Tudo que se precisa, é ter fé. Outro mal do nosso tempo, é a falta de fé.

Não quero parecer um desses “Segredo”s da vida, mas é verdade.

Falta de fé no próximo, falta de fé em Um ser maior, falta de fé em si mesmo.

Então, tenhamos fé. Acreditemos que, por mais empecilhos que hajam, ainda assim, valerá a pena, pois acreditando nisso, um dia há de acontecer.

Gabriel Martins

{Dando mais um tempo na poesia. Apesar de estar me divertindo escrevendo artigos assim. Acho que vou continuar por um tempo, espero que não se importem. rsrs... Quer dizer, espero que a meia dúzia que lê meus devaneios não se incomodem...}