domingo, 23 de agosto de 2009

Ascensão de Saturno

...Quando Saturno matou seu pai Céu, e tomou o poder Supremo...


Quando no mundo só havia o Caos

O Céu governava soberano

Filho da Terra e sem irmãos


Este se proclama o supremo tirano.

E, juntando-se com sua mãe Terra

Gerou seus Titãs e, insano,


No ventre da mãe, os encerra,

Com medo de uma traição,

E enquanto os encarcera:


Urra com sua temível voz de trovão:

“Para nunca mais desafiar minha autoridade,

Do ventre da Terra jamais sairão”.


E a Terra, subjugada por tamanha crueldade,

Decidi um de seus filhos salvar

E a Saturno compete-lhe a responsabilidade


Destes tormentos a todos libertar.

Dize: “Saturno, querido somente tu poderás,

Com essa tirania de seu pai acabar,


E com isso, Supremo no universo serás”.

O Jovem Titã, curvando-se com atenção escutou:

“Toma essa foice e use-a. Como? Saberás.”


Da Terra, a foice Saturno tomou,

E rumo a seu pai supremo se dirigiu.

E quando no palácio supremo chegou,


O Céu dormindo ele viu:

“Dorme, o Tirano” – Disse o herdeiro,

E sorrateiro este partiu,


Rumo a seu abate certeiro.

Num golpe, a genitália de seu pai ele cortou,

E um rugido ecoou pelo universo inteiro.


“Quem ousa levantar-me a mão?” – o Soberano gritou.

E a sua frente surge Saturno triunfante

“Isto foi pelos tormentos que minha mãe passou,


Bem como eu e meus irmãos, Besta gigante”.

O sangue do Tirano, de vermelho as nuvens tingiu,

E seu membro, outrora, prosperante,


No fundo do Oceano sumiu.

E, eufórico, o Titã a vitória à Mãe foi contar.

E Terra orgulhosa a ele sorriu.


Do ventre da Mãe, seu Irmãos Titãs foi libertar

E sua merecida recompensa foi ter.

Agora, o Trono Supremo é seu lugar.


Mas antes que o crepúsculo pudesse descer

Dos céus o sussurro espectral lhe acolheu:

“Ai de ti, que fizestes o sangue de teu pai correr.


Do mesmo modo do fim dele, será o teu”.

Ignorando a voz e com muito gosto.

Disse aos Céus e a todos os seus...


“Deus morto, Deus posto”

Mas a profecia muito o atormentou

E depois dos festejos, antes de pousar o rosto.


Agoniado com o aviso que o céu lhe contou

Deitado pôs-se a pensar...

E aos ventos, irado gritou...


“Será que uma vitória, neste mundo, não pode se completar?”


Gabriel Martins de Souza



{{{Primeiro poema do livro que quero escrever, "As 100 Maiores Histórias da Mitologia Greco-Romana em Poesia" .... O restante??? Só quando conseguir publicar meu livro... rsrsrsrs}}}

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