quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Rancor do Poeta

Eis o poeta... em mais uma caminhada...
Busca o fim da escuridao sem fim...
Que sempre o levava a sombra da amada...

Mas seu coração tornou divido... afim...
De esquecer o reflexo de tao linda outrora...
Caminhando... chegou em um jardim...

Onde despontava a chance de nova aurora...
E ali... repousou sobre os jardins floridos...
Sonhando com o rancor de outra hora...

Ali... depositou uma semente de esperança sorrindo...
E acreditou que floreceria uma nova era...
Pensou que por hora nao se veria partindo...

Permitindo que o coração repousasse... Quisera...
Nem bem o grão foi posto ao solo fertil...
E a terra o rejeito como a uma Quimera...

E o poeta... ainda de modo gentil...
Novamente entregou o seu puro grão...
E teve uma nova rejeição hostil...

Agora, arde no peito feito a chama de um dragão
A furia de mil bestas insandecidas...
Queimando e destroindo o tolo coração...

Tornando-o - como outra - uma terra inóspita e esquecida...
Onde antes so reinava o mais puro amor...
Hoje - em ambas - a luz se da por vencida...

Torna-se o poeta um ser vazio... repleto de pavor...
Por suas paixões e amores não correspondidos...
Cresce em si um atormentado horror...

De jamais ter realmente o amor conhecido...
E de que tudo que viveu foi uma ilusão dolorosa...
O poeta... que no mundo podre foi esquecido..

Não quer crer que tudo foi outra historia desastrosa...
Não quer perder sua fé no amor verdadeiro...
Não quer acreditar que o amor é só uma ilusão horrorosa...

Entao... eis o poeta... sozinho em fim derradeiro...
Sem nada que o guie longe da escuridao...
Sem ninguem que diga que tudo é passageiro...

Sem acreditar mais em seu tolo coração...

Gabriel Martins

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