sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Ao Poeta

para Gabriel Martins

Fórmulas, criptas separadas por véus,
a andança mata aos poucos,
mortalhas cheiram a sangue, visco, dinheiro...
As oportunidades se alheiam,
tornam-se súmulas, discursos ocos,
o aparato da instituição,
a separação fria, o cantil dos bestiais loucos,
a dança fria e vazia do capital cego, escroto,
a ânsia saudosa entre amigos, vida, sorriso;
e poesia.
Pouco visto, perambula o poeta,
solto,
indeciso, perambula o poeta,
(morto),
sem sorriso, perambula o poeta,
pouco
a pouco,
perambula o poeta, envolto
em tristezas não passageiras,
em visões futurísticas incertas,
em perspectivas do pouco,
em minguar corações e festas,
e partir-se-lhe amor aos poucos,
ao poeta,
pouco a pouco,
dama incerta se apresenta,
de mentiras o infesta,
e ele sorri,
perambula, sorri, sorri, perambula, o poeta,
corre atalhos antropológicos,
é poesia solta,
é desconexo,
é incerto,
é complexo,
e louco, recomposto, disposto,
camufla-se em humano, o não-déspota,
e a poetizar poesia em troco,
vive-se pouco a pouco, a ser poeta...

Luiz Santiago


{Presente de aniversário de 22 anos do Mestre Poeta e Amigo Luiz Santiago}

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