...Quando Saturno matou seu pai Céu, e tomou o poder Supremo...
Quando no mundo só havia o Caos
O Céu governava soberano
Filho da Terra e sem irmãos
Este se proclama o supremo tirano.
E, juntando-se com sua mãe Terra
Gerou seus Titãs e, insano,
No ventre da mãe, os encerra,
Com medo de uma traição,
E enquanto os encarcera:
Urra com sua temível voz de trovão:
“Para nunca mais desafiar minha autoridade,
Do ventre da Terra jamais sairão”.
E a Terra, subjugada por tamanha crueldade,
Decidi um de seus filhos salvar
E a Saturno compete-lhe a responsabilidade
Destes tormentos a todos libertar.
Dize: “Saturno, querido somente tu poderás,
Com essa tirania de seu pai acabar,
E com isso, Supremo no universo serás”.
O Jovem Titã, curvando-se com atenção escutou:
“Toma essa foice e use-a. Como? Saberás.”
Da Terra, a foice Saturno tomou,
E rumo a seu pai supremo se dirigiu.
E quando no palácio supremo chegou,
O Céu dormindo ele viu:
“Dorme, o Tirano” – Disse o herdeiro,
E sorrateiro este partiu,
Rumo a seu abate certeiro.
Num golpe, a genitália de seu pai ele cortou,
E um rugido ecoou pelo universo inteiro.
“Quem ousa levantar-me a mão?” – o Soberano gritou.
E a sua frente surge Saturno triunfante
“Isto foi pelos tormentos que minha mãe passou,
Bem como eu e meus irmãos, Besta gigante”.
O sangue do Tirano, de vermelho as nuvens tingiu,
E seu membro, outrora, prosperante,
No fundo do Oceano sumiu.
E, eufórico, o Titã a vitória à Mãe foi contar.
E Terra orgulhosa a ele sorriu.
Do ventre da Mãe, seu Irmãos Titãs foi libertar
E sua merecida recompensa foi ter.
Agora, o Trono Supremo é seu lugar.
Mas antes que o crepúsculo pudesse descer
Dos céus o sussurro espectral lhe acolheu:
“Ai de ti, que fizestes o sangue de teu pai correr.
Do mesmo modo do fim dele, será o teu”.
Ignorando a voz e com muito gosto.
Disse aos Céus e a todos os seus...
“Deus morto, Deus posto”
Mas a profecia muito o atormentou
E depois dos festejos, antes de pousar o rosto.
Agoniado com o aviso que o céu lhe contou
Deitado pôs-se a pensar...
E aos ventos, irado gritou...
“Será que uma vitória, neste mundo, não pode se completar?”
Gabriel Martins de Souza
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