Vagando pelo vale da sombra da morte
Sobre brumas escuras e trepidantes...
Abandonado a sua própria sorte...
A escuridão e o medo são horripilantes...
A solidão... O aperta o peito e o faz sofrer...
Sente na face o vento gélido e cortante...
A mente deseja a tudo esquecer...
O coração... Não queria mais amar...
A alma... Vê-se num abismo a descer...
Quer fugir... Quer correr... Quer chorar...
Diante das trevas... seu sofrido coração...
É lançado para não mais se apaixonar...
De joelhos... Mãos juntas em uma oração...
Que Eros o deixe em paz eternamente...
E que jamais se entregue a uma paixão...
Vazio... Vaga de volta a sua vida deprimente...
E não se permite novamente pensar em amor...
Pois o que os olhos não vêem, o coração não sente...
Na mente... Tristes memórias que lhe trazem dor...
E o fazem ter certeza de sua decisão final...
E a tola alma... chora desta com pavor...
De não se ver protegida do mal...
De vagar sozinha... Sem sua metade...
De viver só neste mundo horrivelmente irreal...
Tola alma... assim como o coração... crê num amor de verdade...
E não bastou ter o coração abandonado...
Porque a alma suplica por aquele que afasta as maldades...
E ele volta as gélidas trevas para buscar seu coração largado...
Busca as cegas aquele que o fará novamente sofrer...
Mas não mais pode viver como um fraco torturado...
Sozinho... nas trevas... não consegue com os olhos ver...
E ajoelha em uma nova oração aquele que seu coração guardou...
Para encontrar a razão de seu viver...
Das trevas da ignorância uma luz a seu coração iluminou...
E pode novamente no amor acreditar...
Pois que um querubim Eros enviou...
Trazendo tudo que ele um dia sonhou encontrar...
Com olhos de uma criança quando está brincando...
E um sorriso fácil de se apaixonar...
Estende a mão... e das trevas ambos saem caminhando...
Olhos a se fitar... corações no mesmo compasso...
Almas divididas... felizes ao se verem juntas andando...
Em seu coração... a formação de um novo laço...
Nas faces... sorrisos e promessas não ditas...
Um novo amor... forte como o mais puro aço...
Fim de passados e dores malditas...
Chega de dor... tristezas... solidão...
É o término de trevas que pareciam infinitas...
Há novamente amor no coração...
E um mundo onde não existe somente dor...
Uma nova oração abençoando essa união...
E ele novamente acreditando no Amor...
Gabriel Martins
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